quarta-feira, 16 de maio de 2012

A lenda e as façanhas Históricas de Besouro Mangangá

Deve-se lembrar primeiramente, que este post se trata de uma visão mistica e mitológica tida popularmente sobre Manuel Henrique ou Besouro Mangangá, nada de veracidade histórica foi instituído nesses relatos, inclusive não e o objetivo da nossa História cultural, buscar a verdade absoluta, e sim entender o mito popular em torno dos relatos.


BESOURO MANGANGÁ A história dos grandes capoeiras, vive até nossos dias, na imaginação popular e cantigas que narram suas façanhas. Em Salvador por volta de 1920 o chefe de polícia Pedrito de Azevedo Gordilho, perseguiu não só as rodas de capoeira, mas também o samba e o candomblé.

Nessa mesma época surge em Santo Amaro, Besouro Mangangá ou Besouro Cordão de Ouro, que foi um dos maiores capoeirista da Bahia um dos mais admirados e citado em canções nas rodas de capoeira. Nascido em 1897, era filho de João Grosso e Maria Haifa, chamava-se MANOEL HENRIQUE. Aprendeu Capoeira com o escravo chamado Tio Alípio. Ganhou o apelido de Besouro (inseto de picada venenosa) devido a crença popular que dizia que quando ele arrumava alguma enrascada e o número de inimigos era grande alem do que ele poderia suportar, não sendo possível vence-los ele se transformava em besouro e saia voando.

Sua escola de Capoeira ficava em Santo Amaro, onde fez discípulos como Cobrinha Verde que também era seu primo. Era exímio capoeira e faquista perigoso. Tinha o "corpo fechado" e não gostava de polícia. Em 1924, empregou-se de vaqueiro na fazenda de um senhor conhecido pelo nome de Dr. Zeca. Este fazendeiro tinha um filho de nome Memeu que era muito genioso. Ele teve uma discussão com Besouro, seu pai temendo por sua vida, mandou Besouro se empregar em uma usina onde tinha um amigo administrador. Mandou então uma carta para ele, pelo próprio Besouro que não sabia ler. Esta carta pedia que dessem fim nele por lá mesmo.

O administrador lendo a carta disse a Besouro, que esperasse a resposta até o dia seguinte. Besouro passou a noite em um prostíbulo e no dia seguinte foi buscar resposta. Quando chegou foi cercado por uns 40 homens os quais lhe atiraram, as balas nada lhe fizeram, mas um homem o feriu pelas costas com uma faca de tucum (madeira com resistência de ferro, alguns diziam que esta tinha poderes mágicos). Morreu aos 27 anos de idade. Eis uma de suas façanhas narrada por seu ex-aluno Cobrinha Verde:

"Certa vez estava sem trabalho e foi procurar um ganha pão. Foi a uma usina e deram-lhe trabalho. Quando foi no dia do pagamento ele sabia que o patrão tinha o hábito de chamar o trabalhador uma vez, e na segunda dizia: "quebrou para São Caetano", que queria dizer: não recebe mais. E se o fulano reclamasse era chicoteado e ficava preso no tronco de madeira com o pescoço, os braços e as pernas no tronco por um dia e depois era mandado embora. Na hora do pagamento disse a Besouro "quebrou para São Caetano". Todos receberam o dinheiro menos Besouro. Besouro então invadiu a casa do homem e gritou: - "pague o dinheiro de Besouro Cordão de Ouro! Paga ou não paga!". O patrão rapidamente mandou que pagassem o dinheiro daquele homem. Besouro tomou o dinheiro e foi embora.

Besouro também não gostava de polícia. Muitas vezes encontrava companheiros que iam presos e os tomava da mão de qualquer soldado, batia em todos, tomava-lhes as armas, levava-as até o quartel e dizia: "tá aqui, seus morcegos" e jogava as armas. Um dia ele estava em frente ao Largo da Cruz e passou um soldado. Besouro o forçou a tomar uma cachaça. O soldado saiu dali para o quartel e fez queixa ao tenente que mandou 10 soldados para prender Besouro, vivo ou morto. Chegando lá deram ordem de prisão. Besouro saiu do botequim de costas, foi para a cruz, encostou-se nela, abriu os braços e disse que não se entregava. Os soldados começaram a atirar. Besouro fingiu está baleado e caiu os soldados acharam que ele estava morto e se foram. Besouro então se levantou e saiu cantando.




Mestre Cobrinha Verde, discípulo de Besouro.




Fonte: http://www.suldabahiasf.org

Reprodução: Flávio Ernane

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